sábado, 24 de outubro de 2009

trechos de um ensaio 1

Cadeira ao centro, objetos ao redor e Laura surge a passos marcados. Digo: sente-se e conte-me uma história absurda, a cada estalada dos meus dedos insira algo totalmente diferente nessa história... nomeamos isso de ALHO [não queiram saber como] e os alhos começaram a temperar nosso encontro... kkkkkkkkkkkk


"Como o pensar junto faz toda a diferença e como o saber dividir 'o pensar ' também faz. Não se preocupe com o que eu me preocupo, apenas internalize." e Laura dá o ar e prazer de sua graça de forma espontânea, alegre e intensa.

_ pergunto: o que vêm depois de "... promissoras propostas..." (com a mesma intenção de Laura, afinal já está cravada nos meus ouvidos) e Laura, com seu andar esquisitinho fala, fala, fala...

_ "Lu eu tô com uma dor de cabeça", ela disse. E eu pensei: putz, então a dor vai piorar, afinal pensei em passar e repassar cenas, discuti-las, refaze-las. E não é que com dor a coisa fluiu.

... é, um só ensaio pode fazer toda a diferença.



sexta-feira, 9 de outubro de 2009

sobre elas.

Laura é uma, uma é ela, ela é aquela.
são muitas, são todas, são tantas.
sou eu, é tu.
posto hoje um texto do nosso querido amigo Emerson, que não é sobre nem para Laura, mas bem que poderia ser......


MIGALHAS

Ela era garçonete. Ela era mãe.Ela foi menina. Ela foi só esperança.Ela já serviu para outro tipo de coisa.Ela já foi outra pessoa.E foi cozinhando, anotando pedidos e servindo outros tipos de pessoas que ela sentia seu estômago doer. E olha que não era uma dor qualquer. Era um dor que vinha como uma coceirinha que começava a esquentar e parava. E começava mais intensa e incômoda e parava.E começava e parava. E começava e parava, até ela ficar extremamente irritada.- Deve ser úlcera, gastrite... come alguma coisinha menina! Dizia o patrão cada vez que a moça se queixava.Ela, a garçonete, não pensava em outra coisa. Passava a mão em uma migalha de pão e enfiava na boca. Era um alívio! Minutos depois a dor voltava.- Come alguma coisa mulher! Dizia o patrão.Ela, que era mãe, sabia que com a fome não se brincava. Então, passava a mão em uma ou duas batatinhas fritas, enfiava na boca e comia. Mas não estava com fome. Era um alívio... um meio alívio. E a dor começava outra vez e ela comia. E não estava com fome. E comia. E vinha a dor e o patrão dizia:- Come minha filha, come!Ela, que já tinha servido para outro tipo de coisa, comia e comia e comia. E não é que a bendita dor não passava!Ela, que já foi outra pessoa, se olhava no espelho e o espelho olhava para ela. E o que via? Via que estava gorda, mas gorda, muito gorda. Estava nutrida, rechonchuda, entupida, untuosa... Na verdade estava cheia... muito cheia.Ela, que foi só esperança, ainda sentia bem lá no fundo, bem além da dor, um vazio. Um vazio inexplicável na alma.E a dor?A dor continuava a ser sentida do mesmo jeito.

sábado, 12 de setembro de 2009

são tantas emoções....

Depois de um ensaio um tanto emocionante com a presença da autora do texto ....
Uma notícia incrivelmente arrebatadoramente indiscutivelmente emocionante:

Fomos selecionadas/ premiadas/ escolhidas/ contempladas no edital Elisabete Anderle de estímulo a cultura!!!!!!!!!!!


Não, não é uma fortuna, mas é o que precisamos pra botar de pé nosso trabalho! Amém!!!!

MUITO OBRIGADA a mim mesma, a Lú, a Marina, a Nilce, a Lígia. Obrigada a quem fez novena, a quem mandou uma energia boa, aos meus Santos e seres de luz queridos !!!!!!!!


Agora, preciso dar um grito, com licença....


aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


sábado, 29 de agosto de 2009

De volta ao CEART


Depois de alguns meses ensaiando lá no Rio Tavares, num local muito gentilmente emprestado (ainda tem gente legal no mundo), nos "mudamos"pra UDESC esta semana.
É meio esquisito e muito bacana ao mesmo tempo voltar pro lugar que passamos tanto tempo estudando. Um lugar cheio de lembranças queridas e chatas... ehheheeh
É engraçado que a gente não conhece mais ninguém e muitas "regras" mudaram. Mas claro, tem coisas que continuam iguaizinhas.
Tivemos sorte em já no primeiro dia encontrar duas pessoas que nos ajudaram com o lance de guardar o cenário, quer dizer o nosso "projeto de cenário", que é muito importante pros ensaios (ainda tem gente legal no mundo parte 2).

E assim, vamos em frente, com várias idéias renovadas e com muita vontade de fazer acontecer.

Beijos,
Raquel

PS 1 : Essa foto é em homenagem aos velhos tempos do CEART. [Emerson, Marina, Aline, Samantha e Raquel] . A Lú não tá porque nessa época eu ainda tinha medo dela e dava só oi, acho (sim, sim, mas isso é outra história. ahahhahahahahahhaha)

PS 2: A Lú, a didiretora, está um pouco ausente dos posts, porque saiu de uma obra pra entrar em outra... e não é uma obra artística, é daquelas que deixam a gente cansada e cheia de pepinos pra resolver mesmo! Ai, essa mulher tira energia não sei da onde pra tudo isso.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

pensamentos de Laura.....


Você as vezes não estranha de ser você?

Clarice Lispector


sexta-feira, 14 de agosto de 2009

ensaio semi aberto.

Ontem tivemos dois pares de olhos com a gente, no ensaio.

Estávamos "programando programar" um ensaio aberto para alguns amigos - convidados em breve... Mas o acaso trouxe 2 pessoas queridas sem combinações prévias:
Amélinha pousou em Floripa para a jornada teatral e Emerson estava em Floripa porque a pandemia de gripe A acabou cancelando suas tarefas de professor.... (falando nisso, essa gripe né gente!!). Os dois perguntaram se podiam ir assistir o ensaio e a gente disse sim. E eu, pessoalmente, gosto quando as coisas acontecem assim, naturalmente.

O fato é que foi muito bom ter "carne nova no pedaço". Estávamos há um tempo sem ensaiar e eu, claro, preocupada e insegura em dizer isso a eles, e dizer que o figurino não é aquele e que o cenário não é aquele e bla bla bla. Ao mesmo tempo, estava muito tranquila em mostrar o processo a eles, porque são duas pessoas que confio imensamente.

Eu fiz tudo tão rápido, acelerado, que houve momentos que me faltou o ar. Hahahaha. Mas só me deu conta disso, depois. É umas das dificuldades de ser fazer um espetáculo solo...
De qualquer forma, mostramos um copião para nosso primeiros amigos- espectadores de ensaio (semi) aberto. E foi bom. Gostoso de mostrar, gostoso de ver os olhos olhando.

O retorno vai vir a cavalo. Eles falaram um pouco ao fim do ensaio mas tivemos que sair as pressas... agora espero encontrá-los novamente pra ouvir críticas, impressões, sugestões, dúvidas, etc e tal.

Mas uma coisa é certa... sempre terão coisas pra melhorar. Sempre.
E outra: o olhar do espectador completa a obra. Sempre.
sempre?

Beijos.
Raquel.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

pauta pra que te quero.

Impressionante....

não há mais pautas na cidade até o fim do ano! Até o teatro da Igrejinha está lotadinho da silva.

Ok, a gente (AINDA) não tem dinheiro pra costurar o fugurino, muito menos pra fazer o cenário, mas já estamos providenciando alguns planos B, C e D pra isso. hahaahah. Mas pra pauta não tem jeito. Ou tem?? Hum............

ps: e o Edital Elisabete sai ou não sai?
A agonia da espera.... se a gente tem o "sim" ou o "não" pelo menos consegue se organizar....

Beijinhos beijinhos
Quel.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

MM


Gente, resolvi colocar essa foto da aqui para marcar mais a presença dela ainda!!!

Eta saudade tamanha !!!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

EU QUASE MATEI MEU CACTOS!

Como eu sou metida, eu resolvi escrever um post pra esse blog, que eu nem sei se será publicado [risos]!
Eu já matei vários cactos na vida, por desleixo mesmo, por fazer faltar água. Por lembrar que faltava a água. Pela tentativa de ressucitar o cactos. Por matá-lo afogado. Por amor.
Acho que esse texto é a melhor combinação de fatos, acasos e afetos que já consegui. Nele eu dosei tudo certinho sem medo. Quando eu releio eu lembro exatamente onde, como e porque ele surgiu. Num bar, numa mesa de bar. Uma amiga aflita. Uma GRANDE amiga aflita. A melhor amiga aflita. Medos. As confusões de nossas vidas de atrizes errantes. Então pensei em fazermos algo juntas, mas eu estava de partida marcada. Pensei em deixar-lhe palavras de presente. E deixei.
Nessas palavras tentei deixar a oportunidade de um vôo. Um vôo de descobrimento, onde ela se descobriria. Onde ela descobriria o que eu e o mundo já havíamos descoberto. Junto com essa tentativa meio Colombo meio Cabral [trocadilho infame], deixei um pouco de mim, um pouco do que vivemos, um pouco das saudades que sentíamos dos amigos que estavam longe [ainda estávamos nos acostumando às distâncias], um pouco da poesia de um, um pouco do humor de outra. Um pouco do cactos. Um pouco do texto dela. Um pouco do meu. Uma experiência de compartilhar. Compartilhar afetos e saudades. Poesias. Palavras.
Tentei dirigir, mas aí ainda não era comigo. Sigo nesta estrada de aprender a vencer certos medos, um dia eu chego lá. Mas deixei no lugar quem um dia me dirigiu, me descobriu, ou fez com que eu me descobrisse. Alguém por quem sempre tive e tenho admiração inesgotável, inestimável, inenarrável. E tenho certeza que foi a melhor escolha. Fico feliz de tê-las aproximado. Feliz de saber que compartilham o que já compartilhamos um dia. Mais saudades.
Espero ansiosa, nesta postura infame de quem escreve, e só resta esperar. Espero ver a realização desta obra, que independente da estética, das escolhas e dos conceitos, para mim já será prima. Porque existem na vida e na arte, essências mais importantes que todas as outras esferas que podem ser dimensionadas em teorias, olhares, críticas e teses. Existem essências. Aquelas entre ator e espectador. Entre mãe e filho. Entre amigo e amigo. Entre palavra e poesia. Entre grito e silêncio.
E nessa minha ansiedade distante, sei que verei algo essecialmente sublime e delicado, como tudo que originou esta história!
Que a Laura seja bem vinda.

Merda!

Marina Monteiro

sábado, 27 de junho de 2009

A arte é da Lígia!!!


Lígia Baleeiro nossa querida e inspiradora diretora de arte!!
Chegou com sua risada escrachada e já propôs ótimas idéias, com um olhar bacana e divertido. Estou totalmente segura com essa parceria.

Bem vinda Li!!!!

E vamo que vamo, eu,você,ela...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

ao começar.....


"...E não me esquecer, ao começar o trabalho, de me preparar para errar. Não esquecer que o erro muitas vezes se havia tornado o meu caminho. Todas as vezes em que não dava certo o que pensava ou sentia é que se fazia, enfim, uma brecha, e, se antes eu tivesse tido coragem, já teria entrado por ela. Mas eu sempre tivera medo do delírio e erro.
Meu erro, no entanto, devia ser o caminho de uma verdade: pois só quando erro é que saio do que conheço e entendo.
Se a “verdade” fosse aquilo que posso entender, terminaria sendo apenas uma verdade pequena, do meu tamanho".

Clarice Lispector

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O último começo (tomara!)

Pois então....
Em 2008, no fim de maio, eu e Lú começamos a nos encontrar no CIC. Foram poucos encontros, uns cinco acho. Mas foram suficientes pra eu adorar termos escolhido ela pra "substituir"a Marina. A Lú chegou cheia de idéias e com vontade de me conhecer. Eu, atenta a tudo, mas ainda bastante "tímida"pra me abrir.

Começamos com prática, exercícios de improvisação, de escala de tempos, de articulação... Tava tudo muito bacana, mas.... doenças na familia, cursos, Vértice Brasil, Mostra de Cinema, Campanha, $$, mil e umas coisas vieram e acabaram, mais uma vez, adiando esse processo.

LAURA iria tirar férias. LAURA. A Lú escreveu no último post que eu contaria sobre a história do nome, mas o fato é que eu não lembro! ahahahahhaha. Sinceramente só sei que não vejo outro nome pra ela, mas não consigo me lembrar de onde ele surgiu!!!! HELP Lú.

[Fiquei pensando agora... é verdade que nós levamos a sério qualquer trabalho, independente de ele ser de faculdade, aprovado por lei, sem grana ou remuneradíssimo.... somos profissionais, e trabalho É trabalho. MAS quando se faz teatro sem um centavo, é quase impossível não dar uma "pausa"pra alimentar o bolso, se surgir uma oportunidade. Infelizmente nao é sempre que a gente pode fazer teatro e receber por isso. MAS, A ESPERANÇA É SEMPRE A ÚLTIMA DA FILA A SE JOGAR... quem sabe isso vá cada vez mudando pra melhor....]

Nos reunimos no fim de 2008 e decidimos voltar no começo de 2009, após muitas vendas de biquini, outros projetos e muitas mudanças pessoais. Seria o último começo?

Como a Lú já contou conseguimos um ESPAÇO pra ensaiar, gratuitamente. Isso foi fundamental, é fundamental. Não há muitos espaços pros grupos de teatro ensaiarem gratuitamente nessa cidade....
Mas dessa vez, iniciamos com trabalho de mesa. E foi muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito muiiiiiiiiiiiiiiito bom. Eu acho que nunca tinha feito um trabalho de mesa desse jeito, tão detalhadinho. Foi muito legal descobrir intenções e significados pro texto que eu ainda não tinha percebido.

E eu e a Lú juntas quase saía faísca....muita idéia, muita descoberta. Decidimos ter um tempo reservado pra conversas aleatórias/ cotidianas no início ou fim do ensaio e depois FOCAR... caso contrário poderíamos ficar horas e horas discutindo e elaborando teorias..... ( ai, adoro)

Pois bem, Eu. Você. Ela. A Mãe. foi dividido em 11 cenas. Era hora de colocar a calça de malha e ir pra sala de ensaio. [ Ps: eu, Lú e as imagens de budas e de surf. Mas depois eu conto...]
Lú precisava me conhecer e propôs um exercício muito forte à la Fatima Toledo. Mexeu muito comigo e acredito que foi essencial pra nossa relação de atriz- diretora e até de agora, amigas. Agora sim a Lú conseguiu captar algumas das minhas inseguranças, meus traumas, minhas alegrias, minha essência.

Então tá, vamos pro palco. Como a Lú já contou, improvisamos cadeiras, tapete, peruca, objetos....enfim, tudo que precisávamos pra esse primeiro momento. Fomos marcando as cenas dentro daquele espaço. Algumas dificuldades e algumas descobertas positivas.

Criamos um copião. Um material bruto. Agora é preciso tratar, esculpir. Acho que temos bastante trabalho pela frente ainda...
Precisamos nos ater agora aos detalhes de cada cena. Precisamos de grana pra viabilizar a arte. Precisamos da resposta do edital....
Preciso dar significado a muuuuita coisa ainda. Preciso conseguir não perder mais a Laura.... ai ai.

Pois é, daqui surgiu uma mini- crise, mas já estou tratando de assassiná-la.

Ah, nos reunimos com a tal possivel diretora de arte.... Conta aí Luluca!

beijos

segunda-feira, 8 de junho de 2009

antes de.


Antes de eu contar a minha versão dessa "história", resolvi fazer um post diferente.... até pra não ficar enjoativo... ahahahha

Um registro de um momento querido entre Lú ( a "didi"retora) e eu, ao fim de um trabalho de mesa.
Aproveito pra contar também que depois de muito tempo, semana passada começou a me dar um início de crise. Mas a Lú tratou de me proibir de aprofundá-la. Diz ela que já fez isso com a Marina (autora do nosso texto) em uma outra ocasião... e funcionou.
Essa semana teremos nossa primeira reunião com a provável diretora de arte... ainda incerto, mas certo. Entendem?
Bom, então até breve.
Volto logo pra contar a vocês, o meu ponto de vista de tudo que fizemos desde o recomeço.
beijos,
Quel.




quarta-feira, 3 de junho de 2009

Começa.Para.Recomeça.



Reiniciamos os trabalhos práticos em 21/05/08 na sala de dança do cic. Montei ensaios para trabalho com a atriz e deixei um pouco de lado o texto, acreditei que a Quel e eu necessitavamos de um contato mais aproximado, mais profundo, para que ela confiasse totalmente em mim. Busquei dinâmicas que me mostrassem um pouco mais daquela atriz, conhecer seus vícios, seus ritmos, sua disponibilidade e assim foi. Quel foi me mostrando uma imensa vontade e uma generosidade que foi nos contagiando. Tivemos nesse período talvez uns 5 encontros de 3 horas mais ou menos, neles conversávamos muito sobre o texto também e sempre surgiam muitas questões e foi aí que a Marina começou a pairar no ar, eu tinha vontade de tê-la por perto para dividir essas dúvidas, fazer perguntas e ouvir sugestões, mas não era possível Má estava no Rio . Mas logo tivemos que deixar aquela sala, visto que eu tive problemas familiares e Quel teve mais uma vez que esperar... logo que esses problemas se resolveram Quel arrumou um trabalho que não fazia sentido recusar e meses se passaram até que chegou o verão e as coisas ficaram mais difíceis ainda: sala de ensaio, horários compatíveis, entre outras coisas que nos fizeram retomar o trabalho somente em fevereiro de 2009. PUTZ!!!! como recomeçar e enjetar ânimo na atriz que mais uma vez pensou que tudo ficaria no caminho.

Mais uma vez resolvi mudar tudo, eu já havia mais ou menos definido o espaço e a concepção do espetáculo, então, como se trata de um drama psicológico, cheio de nuances cômicas, propus a Quel que recomeçássemos do verdadeiro começo, um trabalho de mesa detalhado. Esse foi o nosso grande primeiro acerto. Fizemos encontros caseiros e detalhamos cada frase, degustamos cada intenção. Fui percebendo que aquilo tava cada vez mais trazendo a LAURA pra perto de nós, (Ah! Laura foi o nome escolhido para a personagem, mas vou deixar que a Quel conte esse episódio), inclusive, chegamos a fazer um encontro com a autora, foi ótimo falamos sem parar, e Marina concordou com algumas pequenas mudanças. Durante esse trabalho conseguimos uma sala de ensaio em frente a minha casa, pessoas muito generosas que facilitaram consideravelmente nosso cronograma, já que a sala do cic estaria indisponível por um bom tempo.

Passamos a marcar a cena de acordo com a proposta espacial que planejamos. Conseguimos tudo de improviso, materiais, figurinos, etc. e chegamos no fim dessa primeira "montagem" da cena completa. Foi bem dinâmico e simples, sabemos da necessidade de aprofundar cada detalhe e estamos na grande expectativa de conseguir em breve, recursos para finalizar a arte do espetáulo e estrear em breve.

De forma muito suscinta deixo esse relato do nosso processo e aguardemos que Quel provavelmente contará a visão dela desse período.

Super Beijo
Lu

sábado, 30 de maio de 2009

Foi um sim assim:

Amigas me convidaram para dar um olhar sobre algo já iniciado, mas que estaria totalmente aberto a novas propostas. Me empolguei de cara, pois era um texto da Marina.
Recebi primeiro o convite da Marina e logo me propus a conversar com todas as pessoas que estivessem no projeto. O primeiro encontro foi com a Marina e a Quel, um café com sorrissos, pois aceitei o desafio de dirigir depois de tanto tempo. Me passaram todo o material escrito, o texto e dois cadernos: um da atriz e outro da personagem. Nessa conversa me contaram tudo que havia ocorrido durante todo o processo, as escolhas da direção e da arte. Fui pra casa com aquele turbilhão de informações e sentei imediatamente para ler o texto, confesso que precisei anular tudo o que havia ouvido naquele café, pois logo que terminei de ler o texto original, eu visualizei algo completamente diferente. Bom, bom, bom .., eu precisava dizer que eu queria mudar tudo!!!!!
Marcamos um novo encontro e neste estava Ma, Quel, Meire e eu. Como de costume, arregalei os olhos e desatei a falar sobre as minhas impressões, sobre onde eu acreditava que processo havia flutuado e como recomeça-lo. Ouvi todos os argumentos que reforçavam a idéia anteior, mas não sei, algo não batia com os cadernos que eu havia lido.
Não é fácil você propor o novo em algo já começado. Já havia trabalho ali, pessoas e seus sentimentos. Trabalhar com amigos requer um certo grau de distanciamento quando o que se quer realmente é pensar no trabalho, no processo e, nesse caso, na atriz. Foi o que fiz. Nesse encontro foi café, sorrissos e uma frase recorrente: "Não sei, eu pensei diferente"!!

Enfim, após esse episódio, decidimos coletivamente que abarcaríamos a minha idéia, ou melhor, a minha visão sobre aquela história que vamos contar e desse encontro, agendamos um pequeno cronograma onde 21/05/2008 seria nosso novo primeiro encontro.

Fui pra casa e passei dias elaborando o trabalho com a Quel, eu achei muito material naqueles cadernos que nortearam para onde eu deveria ir, mas também o que não fazer para desnorteá-la!!! Mas vamos deixar o relato desse reinicio para depois, em breve retorno.

Beijos
Lu


sexta-feira, 29 de maio de 2009

O começo do recomeço.

Com o término da temporada da peça infantil, a vida da gente foi voltando ao "normal"...
A Marina começou os preparativos pra ir pro Rio, o Eder pra Nova Zelândia, a Meire tocou seus projetos e eu tirei férias.

Eu e Marina sentamos pra conversar e tentar descobrir o que íamos fazer com a "vizinha". "Vizinha"é o jeito que a gente chamava o trabalho. Eu não queria desistir, apesar do medo, apesar de achar que eu deveria fazer uma peça com mais gente (hehe), apesar de, apesar de, apesar de....

Decidimos que, como a Marina ia pro Rio, a primeira coisa a fazer era chamar outra pessoa pra entrar na direção geral. Alguém que aceitasse entrar num processo que já tinha começado, que já tinha uma história. Alguém que a Marina confiasse e que eu acreditasse.
Surgiram alguns nomes, mas um deles ficou. Luciana Holanda.
Marina ficou de falar com a Lú e eu fiquei feliz, ansiosa e com um frio na barriga. "Ela deve ser uma diretora bem braba....", pensei.

E ela disse sim.
Cegou cheeeeeeeeia de idéias, com uma energia novinha em folha, que respingou em todo mundo. Impossível não se animar...

Era o começo do recomeço.
Mas a gente mal sabia que ainda ia demorar um pouco pra coisa engatar....


(postado por Raquel)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

agregados, inseguranças e reticências.


Muiiiita coisa aconteceu.....

Em seguida ganhamos dois agregados: Meire e Eder.
Meire fazia a preparação corporal e vocal da atriz e também a direção de arte. Eder era como um assistente geral, dava sugestões, opiniões, exercícios, etc.

Os encontros eram no Teatro Armação. Duas noites na semana, a gente se deslocava com os pedaços de figurino e cenário improvisados e ia pra lá.
Aí uma "curiosidade".... a atriz chegava mais cedo pra começar a se aquecer e volta e meia ouvia uns barulhos, uns ruídos esquisitos. No fundo ela sabia que era tudo psicológico.... culpa das histórias que a gente escuta por aí... mas mesmo assim, ela começou a sentir medo de ficar lá sozinha.... De vez em quando a diretora chegava e a atriz estava lá fora, esperando companhia pra adentrar o espaço. Ainda bem que elas, eram acima de tudo, amigas.

Os ensaios foram seguindo seu curso. Em meio a eles, inúmeras crises de insegurança da atriz, discussões entre os três “diretores”, opiniões divergentes, e tudo isso que SEMPRE acontece nos processos de montagem de uma peça.
Bom, não vou contar detalhes nem me prolongar nessas histórias, por que - apesar de elas renderem bons posts - , tem coisas que é melhor ficar só entre as quatro paredes do teatro e as pessoas que lá estiveram.... hehehe.

Foi um processo de muito aprendizado pra todos os envolvidos, tenho certeza. Ô....
Mas o ano terminou e a peça ainda não estava pronta pra se mostrar, e a atriz muito menos.

Paralelo a isso, captamos grana pra viajar com uma peça infantil, outro projeto beeeeem antigo que finalmente iria sair do papel. Notícia bem boa pra nós. No entanto, Raquel pensou que novamente iria ter no currículo um projeto com começo, meio e sem fim.....

Pensou, só pensou.

(...)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

start.

Tudo começou em 2007, com duas amigas- atrizes querendo trabalhar. Juntas.
No entando, a provável ida de uma delas pra outra cidade, não "permitia" que elas atuassem juntas, pois o projeto poderia ficar pela metade... e disso, uma delas tinha calafrios de tantas experiências com começo, um meio esquisto e uma eterna reticência...

Marina então propôs: um monólogo. Você atua e eu escrevo e dirijo.
Raquel ficou branca.


Raquel tinha um monólogo que escreveu na época da faculdade, chamado "REC" e Marina tinha um começo de monólogo que escreveu numa de suas inspirações diárias.
Os dois textos falavam sobre o mesmo tema, parecia até que a personagem era a mesma.

Pronto, vamos unir as duas idéias e criar outro.
Então, a partir desses dois texto, seguidos de improvisações teatrais, conversas, cafés e, claro, do fundo da cabeça fértil da Marina, nasceu o texto teatral:
Eu. Você. Minha Vizinha. A Mãe.


E aí mais gente se agregou e muiiiiiiiiiiiiiiiiita coisa aconteceu....
Mas isso é história pra um próximo post...